O município de Canindé, encravado no Sertão Central cearense, há 120 km da capital – Fortaleza -, tem pouco mais de 77 mil habitantes, na época dos festejos alusivos ao padroeiro - São Francisco, transforma-se numa espécie de “cortiço marrom”. Tudo está ligado à religião, aliás, quase tudo, podemos destacar: os testemunhos de graças alcançadas, os exemplos de superação, as romarias, as missas, as procissões, as novenas e a venda de uma infinidade de produtos relacionados ao padroeiro. A Festa também tem o outro lado que é pouco difundido, a exploração. Um grande número de ruas fica praticamente intrafegáveis por conta de tantas bancas. Hotéis e pousadas também ficam superlotados e muitas residências se transformam em verdadeiros abrigos particulares. Pelo fato de não se ter grandes restaurantes, muitas residências passam a funcionar como “pensão”. “Nessa época, vende-se de tudo”, afirma Helenita, vendedora ambulante de quentinhas. A venda de Abacaxi já é tradicional, porém, melancia foi a primeira vez que vi uma “carrada” à disposição dos degustadores. A segurança também tem um papel fundamental na realização do Evento. A cada ano, tem se levado mais a sério e um grande contingente de policiais proporciona a segurança aos visitantes e aos que aqui habitam. Como nos últimos dias a multidão é grandiosa, os lanceiros (ladrões) entram em cena, aproveitando para furtarem carteiras e coisas afins, fato que já foi mais preocupante, mas que ainda causa medo a muitas pessoas. Um barulho ensurdecedor assola os últimos dias dos festejos. Vendedores ambulantes disputam entre si a propagação dos “melhores preços e os melhores produtos”. Com tantos romeiros, turistas, camelôs, artesãos, artistas renomados e anônimos, ônibus, pau-de-arara, automóveis, motocicletas, visitantes de várias regiões do país... a Festa se consolida como a maior fonte de renda para a nossa cidade. Segundo o Pároco Frei João Amilton, cerca de dois milhões de fieis visitam Canindé ao ano e pelo menos 800 mil passam pela cidade nos dez dias de festejos. O número de romeiros é tão expressivo que o Vaticano ficou impressionado e o Papa Pio XI concedeu em 1925, o título de Basílica à igreja matriz, título concedido apenas a poucas em todo o planeta. Canindé, hoje é conhecido mundialmente como o maior Santuário Franciscano das Américas. A COBERTURA COMPLETA VOCÊ ACOMPANHA NA EDIÇÃO IMPRESSA QUE SAIRÁ BREVEMENTE.